sábado, 13 de dezembro de 2014

"Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá..."

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014



"Todo dia a insônia me convence que o céu, faz tudo ficar infinito...E que a solidão é pretensão de quem fica; escondido fazendo fita..." 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Norte

"[...] O mundo, muito sempre, nos incomoda, nos pergunta, nos naufraga. Nem sempre ele é como como desejamos. Sua realidade pode não responder a nossos sonhos e isso nos assusta. Por vezes, as pessoas que vivem perto de nós parecem não nos compreender.

Somos capazes de levar o desassossego a quem nos ama. Assim, nos sentimos caminhando em direção contrária e estrangeiros entre muitos. A alegria nos parece longe e nossos passos se tornam sem um norte. Isso nos entristece, nos divide, nos sufoca, nos leva a perder o carinho pelo mundo, o cuidado com a vida.

O psicólogo tem um olhar que acaricia nossas dificuldades e tenta conhecê-las. Seu olhar parece escutar nossos segredos, sem espanto. Se falamos de nossos medos, perdas, abandonos, tristezas, desencontros, ele nos ouve sem preconceitos. Ele confirma e respeita todo sujeito como um ser liberto e singular.

O psicólogo nos convida, entretanto, a dialogar com nossas dúvidas e enfrentar nossos embaraços. Se procuramos abrir largas portas, vislumbrar verdes paisagens, perseguir estreitas trilhas, ele caminha a nossa lado, sem nos impedir de escolher nossos rumos. Ele nos motiva a passar nossa vida a limpo, a deitar cores sobre nossos dias, nos instigando a nos confrontarmos com nossos temores e angústias. E com ele desvendamos nossas coragens, tomamos posse de nossos limites. [...]

[...] A palavra desafia a dor. A palavra habita nosso corpo inteiro, desde o olhar até o silêncio. A palavra mora encarnada em nós. Se falamos onde dói, a palavra alivia nossa ferida. A palavra nos abre as asas para sobrevoar outras distâncias. A palavra, entre tudo, desbrava nossas divisas. Se nos expressamos, nos tornamos mais claros. Se nos escutamos, ganhamos novos pontos de vista para entender o mundo, mesmo tendo que secar as lágrimas. Ao nos manifestarmos, reinventamos nosso destino e recriamos nosso percurso[...]"
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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã...

Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito mais o que fazer...

Eu faço samba e amor a noite inteira
Não tenho a quem prestar satisfação...

sábado, 1 de novembro de 2014

quinta-feira, 25 de setembro de 2014


"[...] Para mim sempre foi a exceção, o choque, a válvula, o espasmo. Não sei se a vida é pouco ou demais para mim. Não sei se sinto demais ou de menos. Seja como for a vida, de tão interessante que é a todos os momentos, a vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger; a dar vontade de dar pulos, de ficar no chão. De sair para fora de todas as casas, de todas as lógicas, de todas as sacadas e ir ser selvagem entre árvores e esquecimentos"

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

"Dos trópicos eu só tenho a tristeza, o resto aqui é tudo escandinavo."
Desconheço autoria. 

domingo, 7 de setembro de 2014


"[...]Que os demônios levem pro inferno aquele que bate à nossa porta bem no meio da nossa fossa, aquele que telefona bem no auge das nossas lágrimas, aquele que nos puxa para uma festa obrigatória. Malditos todos aqueles com quem não podemos compartilhar nossa dor, e nos obrigam a fingir que nada está se passando dentro da gente.

Disfarçar um sofrimento é trabalho de Hércules. Um prêmio para todos aqueles que conseguem fazer com que os outros não percebam sua falta de ânimo nos momentos em que ânimo é tudo o que esperam de nós: nas ceias de Natal, jantares em família, reuniões de trabalho. Você não quer estar ali, quer estar em Marte, quer estar em qualquer lugar onde não seja obrigado a sorrir.

Há sempre o momento de pedir ajuda, de se abrir, de tentar sair do buraco. Mas, antes, é imprescindível passar por uma certa reclusão. Fechar-se em si, reconhecer a dor e aprender com ela. Enfrentá-la sem atuações. Deixar ela escapar pelo nariz, pelos olhos, deixar ela vazar pelo corpo todo, sem pudores. Assim como protegemos nossa felicidade, temos também que proteger nossa infelicidade. Não há nada mais desgastante do que uma alegria forçada. Se você está infeliz, recolha-se, não suba ao palco. Disfarçar a dor é dor ainda maior".

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

"Os sentimentos que mais doem, as emoções que mais pungem, são os que são absurdos — a ânsia de coisas impossíveis, precisamente porque são impossíveis, a saudade do que nunca houve, o desejo do que poderia ter sido, a mágoa de não ser outro, a insatisfação da existência do mundo. 
Todos estes meios tons da consciência da alma criam em nós uma paisagem dolorida, um eterno sol-pôr do que somos. O sentirmo-nos é então um campo deserto a escurecer, triste de juncos ao pé de um rio sem barcos, negrejando claramente entre margens afastadas. 
Não sei se estes sentimentos são uma loucura lenta do desconsolo, se são reminiscências de qualquer outro mundo em que houvéssemos estado — reminiscências cruzadas e misturadas, como coisas vistas em sonhos, absurdas na figura que vemos, mas não na origem se a soubéssemos. Não sei se houve outros seres que fomos, cuja maior completidão sentimos hoje, na sombra que deles somos, de uma maneira incompleta — perdida a solidez e nós figurando-no-la mal nas só duas dimensões da sombra que vivemos.
Sei que estes pensamentos da emoção doem com raiva na alma. A impossibilidade de nos figurar uma coisa a que correspondam à impossibilidade de encontrar qualquer coisa que substitua aquela a que se abraçam em visão — tudo isto pesa com o uma condenação dada não se sabe onde, ou por quem, ou porquê. [...]
[...] O tempo! O passado! Aí algo, uma voz, um canto, um perfume ocasional levanta em minha alma o pano de boca das minhas recordações… Aquilo que fui e nunca mais serei! Aquilo que tive e não tornarei a ter! Os mortos! Os mortos que me amaram na minha infância. Quando os evoco, toda a alma me esfria e eu sinto-me desterrado de corações, sozinho na noite de mim próprio, chorando como um mendigo o silêncio fechado de todas as portas".
"Três coisas não podem ser escondidas por muito tempo: o sol, a lua e a verdade"