
Existem momentos na vida que precisamos encarar decisões extremamente
difíceis.
Muitas vezes, estão no pacote daquelas chamadas "decisões das nossas vidas".
E toda decisão que mexe com nossa vida, gera muito medo e
ansiedade.
Temos medo de escolher. De perder. De cair. De não suportar.
Discuti a alguns dias sobre uma analogia que ilustra
perfeitamente este momento.
Imagine você subindo uma montanha para pular de asa delta, para-quedas, parapente ou paraglider.
Agora imagine você
lá no alto da montanha, preparando para saltar.
Você olha lá pra
baixo e pensa que jamais conseguirá.
Sente um medo
abissal.
O coração dispara. A
respiração muda. As pernas paralisam. A pele transpira. O pensamento acelera.
E para piorar, você
se lembra de que foi você que, mesmo que indiretamente, se colocou naquela
situação. Você escolheu subir a montanha e saltar. Ninguém te obrigou. Nem sabe
com certeza o porquê, mas você decidiu se colocar em tal “situação de risco”.
Escolheu enfrentar seu medo. Encarar seus fantasmas.
Você pensa em
desistir. Pensa simplesmente em sair daquela situação de desconforto. O medo é
tanto que ele “aparece” no seu corpo. A sensação é de “quase morte”. Pensa que prefere viver sua dor crônica, porém menos intensa.
Mas também você
pensa que se descer, a sensação de “quase morte” pode não passar. E pode ser
que sua decisão de subir a montanha seja justamente para enfrentar o que sentia
ANTES de subir. Uma sensação que já estava impregnado em você muito antes de
chegar à beira do daquele precipício. Sim, você foi "empurrado" a encarar aquele drama.
Aí você pensa que
talvez possa suportar fechar os olhos, se agarrar às suas convicções, encarar o
medo e se lançar. Sem garantias. Sem equipamento extra.
Se realmente pular,
correrá um risco (mesmo que ínfimo) de se machucar seriamente. Mas também
poderá ter a chance de, após algum tempo, ter sensações indescritíveis. De
perder o fôlego, mas agora de uma maneira diferente.
Nem sempre
conseguimos nos jogar na primeira subida na montanha. Muitas vezes, subimos,
contemplamos a paisagem, respiramos o ar puro, chegamos muito perto de pular, mas não
conseguimos e recuamos. Às vezes isso acontece porque as condições climáticas
não permitem o mínimo de segurança para seguir em frente. Não temos recursos suficientes. Falta equipamento de segurança. O bom é que muitas vezes,
podemos tentar de novo... e de novo... e de novo...
Por fim, o fato é que a pessoa
que “salta”, JAMAIS é a mesma que aterrissa. Atente-se: JAMAIS!