terça-feira, 24 de junho de 2014

Quem pula e quem aterrissa...

Existem momentos na vida que precisamos encarar decisões extremamente difíceis.

Muitas vezes, estão no pacote daquelas chamadas "decisões das nossas vidas".

E toda decisão que mexe com nossa vida, gera muito medo e ansiedade. 
  
Temos medo de escolher. De perder. De cair. De não suportar.

Discuti a alguns dias sobre uma analogia que ilustra perfeitamente este momento.   

Imagine você subindo uma montanha para pular de asa delta, para-quedas, parapente ou paraglider.

Agora imagine você lá no alto da montanha, preparando para saltar.

Você olha lá pra baixo e pensa que jamais conseguirá.

Sente um medo abissal.

O coração dispara. A respiração muda. As pernas paralisam. A pele transpira. O pensamento acelera.

E para piorar, você se lembra de que foi você que, mesmo que indiretamente, se colocou naquela situação. Você escolheu subir a montanha e saltar. Ninguém te obrigou. Nem sabe com certeza o porquê, mas você decidiu se colocar em tal “situação de risco”. Escolheu enfrentar seu medo. Encarar seus fantasmas.

Você pensa em desistir. Pensa simplesmente em sair daquela situação de desconforto. O medo é tanto que ele “aparece” no seu corpo. A sensação é de “quase morte”.  Pensa que prefere viver sua dor crônica, porém menos intensa.

Mas também você pensa que se descer, a sensação de “quase morte” pode não passar. E pode ser que sua decisão de subir a montanha seja justamente para enfrentar o que sentia ANTES de subir. Uma sensação que já estava impregnado em você muito antes de chegar à beira do daquele precipício. Sim, você foi "empurrado" a encarar aquele drama. 

Aí você pensa que talvez possa suportar fechar os olhos, se agarrar às suas convicções, encarar o medo e se lançar. Sem garantias. Sem equipamento extra.

Se realmente pular, correrá um risco (mesmo que ínfimo) de se machucar seriamente. Mas também poderá ter a chance de, após algum tempo, ter sensações indescritíveis. De perder o fôlego, mas agora de uma maneira diferente.

Nem sempre conseguimos nos jogar na primeira subida na montanha. Muitas vezes, subimos, contemplamos a paisagem, respiramos o ar puro, chegamos muito perto de pular, mas não conseguimos e recuamos. Às vezes isso acontece porque as condições climáticas não permitem o mínimo de segurança para seguir em frente. Não temos recursos suficientes. Falta equipamento de segurança. O bom é que muitas vezes, podemos tentar de novo... e de novo... e de novo...

Por fim, o fato é que a pessoa que “salta”, JAMAIS é a mesma que aterrissa. Atente-se: JAMAIS!


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