quinta-feira, 17 de julho de 2014

Quem me roubou de mim...

"Já lhe dei meu corpo
Minha alegria
Já estanquei meu sangue
Quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa
Por favor...

Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa [...]"

terça-feira, 15 de julho de 2014

Cazoo...

"Pra que mentir, fingir que perdoou.
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou"


quinta-feira, 10 de julho de 2014

O poema no lixo...


Achei em uma lata de lixo. O poema nosso de cada dia... nos dai hoje. 

"É uma dor que dói no peito
Pode rir agora
Que estou sozinho
Mas não venha me roubar..." 

sábado, 5 de julho de 2014


"É só isso
Não tem mais jeito
Acabou, boa sorte

Não tenho o que dizer
São só palavras
E o que eu sinto
Não mudará

Tudo o que quer me dar
É demais
É pesado
Não há paz

Tudo o que quer de mim
Irreais
Expectativas
Desleais..."

terça-feira, 24 de junho de 2014

Quem pula e quem aterrissa...

Existem momentos na vida que precisamos encarar decisões extremamente difíceis.

Muitas vezes, estão no pacote daquelas chamadas "decisões das nossas vidas".

E toda decisão que mexe com nossa vida, gera muito medo e ansiedade. 
  
Temos medo de escolher. De perder. De cair. De não suportar.

Discuti a alguns dias sobre uma analogia que ilustra perfeitamente este momento.   

Imagine você subindo uma montanha para pular de asa delta, para-quedas, parapente ou paraglider.

Agora imagine você lá no alto da montanha, preparando para saltar.

Você olha lá pra baixo e pensa que jamais conseguirá.

Sente um medo abissal.

O coração dispara. A respiração muda. As pernas paralisam. A pele transpira. O pensamento acelera.

E para piorar, você se lembra de que foi você que, mesmo que indiretamente, se colocou naquela situação. Você escolheu subir a montanha e saltar. Ninguém te obrigou. Nem sabe com certeza o porquê, mas você decidiu se colocar em tal “situação de risco”. Escolheu enfrentar seu medo. Encarar seus fantasmas.

Você pensa em desistir. Pensa simplesmente em sair daquela situação de desconforto. O medo é tanto que ele “aparece” no seu corpo. A sensação é de “quase morte”.  Pensa que prefere viver sua dor crônica, porém menos intensa.

Mas também você pensa que se descer, a sensação de “quase morte” pode não passar. E pode ser que sua decisão de subir a montanha seja justamente para enfrentar o que sentia ANTES de subir. Uma sensação que já estava impregnado em você muito antes de chegar à beira do daquele precipício. Sim, você foi "empurrado" a encarar aquele drama. 

Aí você pensa que talvez possa suportar fechar os olhos, se agarrar às suas convicções, encarar o medo e se lançar. Sem garantias. Sem equipamento extra.

Se realmente pular, correrá um risco (mesmo que ínfimo) de se machucar seriamente. Mas também poderá ter a chance de, após algum tempo, ter sensações indescritíveis. De perder o fôlego, mas agora de uma maneira diferente.

Nem sempre conseguimos nos jogar na primeira subida na montanha. Muitas vezes, subimos, contemplamos a paisagem, respiramos o ar puro, chegamos muito perto de pular, mas não conseguimos e recuamos. Às vezes isso acontece porque as condições climáticas não permitem o mínimo de segurança para seguir em frente. Não temos recursos suficientes. Falta equipamento de segurança. O bom é que muitas vezes, podemos tentar de novo... e de novo... e de novo...

Por fim, o fato é que a pessoa que “salta”, JAMAIS é a mesma que aterrissa. Atente-se: JAMAIS!


segunda-feira, 23 de junho de 2014

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Nascer...

Tem gente que nasce no parto...
Tem gente que nasce durante a infância...
Tem gente que nasce aos 20 anos de idade...
Tem gente que nasce depois dos 30...
Tem gente que só nasce lá pelos 50 anos...
Tem gente que nasce duas vezes...
E tem gente que nem nasce...

Mesmo chegando à velhice, ela nem nasce.   

Ninguém é só aquilo que parece ser... 


quarta-feira, 18 de junho de 2014

À deriva...

"...Um barco sem porto 
Sem rumo, sem vela 
Cavalo sem sela
Um bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo 
Noutras, suicido!"  



sexta-feira, 6 de junho de 2014

Para Viver um Grande Amor...


Separação

"Voltou-se e mirou-a como se fosse pela última vez, como quem repete um gesto imemorialmente irremediável. No íntimo, preferia não tê-lo feito; mas ao chegar à porta sentiu que nada poderia evitar a reincidência daquela cena tantas vezes contada na história do amor, que é história do mundo. Ela o olhava com um olhar intenso, onde existia uma incompreensão e um anelo, como a pedir-lhe, ao mesmo tempo, que não fosse e que não deixasse de ir, por isso que era tudo impossível entre eles. 

Viu-a assim por um lapso, em sua beleza morena, real mas já se distanciando na penumbra ambiente que era para ele como a luz da memória. Quis emprestar tom natural ao olhar que lhe dava, mas em vão, pois sentia todo o seu ser evaporar-se em direção a ela. Mais tarde lembrar-se-ia não recordar nenhuma cor naquele instante de separação, apesar da lâmpada rosa que sabia estar acesa. Lembrar-se-ia haver-se dito que a ausência de cores é completa em todos os instantes de separação. 

Seus olhares fulguraram por um instante um contra o outro, depois se acariciaram ternamente e, finalmente, se disseram que não havia nada a fazer. Disse-lhe adeus com doçura, virou-se e cerrou, de golpe, a porta sobre si mesmo numa tentativa de seccionar aqueles dois mundos que eram ele e ela. Mas o brusco movimento de fechar prendera-lhe entre as folhas de madeira o espesso tecido da vida, e ele ficou retido, sem se poder mover do lugar, sentindo o pranto formar-se muito longe em seu íntimo e subir em busca de espaço, como um rio que nasce. 

Fechou os olhos, tentando adiantar-se à agonia do momento, mas o fato de sabê-la ali ao lado, e dele separada por imperativos categóricos de suas vidas, não lhe dava forças para desprender-se dela. Sabia que era aquela a sua amada, por quem esperara desde sempre e que por muitos anos buscara em cada mulher, na mais terrível e dolorosa busca. Sabia, também, que o primeiro passo que desse colocaria em movimento sua máquina de viver e ele teria, mesmo como um autômato, de sair, andar, fazer coisas, distanciar-se dela cada vez mais, cada vez mais. E no entanto ali estava, a poucos passos, sua forma feminina que não era nenhuma outra forma feminina, mas a dela, a mulher amada, aquela que ele abençoara com os seus beijos e agasalhara nos instantes do amor de seus corpos. Tentou imaginá-la em sua dolorosa mudez, já envolta em seu espaço próprio, perdida em suas cogitações próprias - um ser desligado dele pelo limite existente entre todas as coisas criadas. 

De súbito, sentindo que ia explodir em lágrimas, correu para a rua e pôs-se a andar sem saber para onde..."