sábado, 13 de junho de 2015


“Tudo é vivo e tudo fala ao nosso redor, embora com vida e voz que não são humanas, mas que podemos aprender a escutar, porque muitas vezes essa linguagem secreta ajuda a esclarecer o nosso próprio mistério”. 

Cecília Meireles

domingo, 7 de junho de 2015

terça-feira, 26 de maio de 2015

Quando olho para mim não me percebo

"Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair.
 Das próprias sensações que eu recebo.
O ar que respiro, este licor que bebo
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei-de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.
Nem nunca, propriamente, reparei
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei
tal qual me julgo verdadeiramente?
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente".





domingo, 10 de maio de 2015

"Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão, tranqüilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego ...pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer.."

sexta-feira, 8 de maio de 2015



"Comecei uma listinha de sentimentos dos quais não sei o nome. Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto - como se chama o que sinto? A saudade que se tem de pessoa de quem a gente não gosta mais, essa mágoa e esse rancor - como se chama? Estar ocupada - e de repente parar por ter sido tomada por uma súbita desocupação desanuviadora e beata, como se uma luz de milagre tivesse entrado na sala: como se chama o que se sentiu?"

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Angina Pectoris da Alma

"É uma profunda angústia, só que desta não se morre. Quando o mal vem, o peito se torna estreito, e aquele reconhecível cheiro de poeira molhada naquela coisa que antes se chamava alma e agora não é nada. E há a falta de esperança na esperança. E conformamo-nos sem nos resignar. Não se confessar a si próprio porque nem se tem mais pecados. Ou se tem mas não se pode, pois as palavras não vêm. Não ser o que realmente se é, e não se sabe o que realmente se é, só se sabe aquilo que não se está sendo. E então vem o desamparo de se estar vivo. Esta é a angústia mesmo - é um peso no peito. Mas a angústia faz parte: o que é vivo, por ser vivo se contrai".

domingo, 26 de abril de 2015

Uma amiga me enviou uma mensagem com uma pergunta esta semana: “Como fazer para esquecer o passado”? Fiquei a refletir.

Penso que não seja possível apagar ou esquecer o passado (a não ser por mecanismos dissociativos que não são muito efetivos e cobram um preço alto mais adiante).
O que é possível é re-significar aquilo que vivemos. Dar outro sentido. Encontrar um lugar para acomodar e conviver com aquele sentimento.      

Tudo que vivemos abre uma marca em nós. Quando se trata de uma experiência dolorosa, essa marca é uma espécie de ferida. Cabe a nós cuidar para que essa ferida se cicatrize da melhor forma possível. Afinal, uma cicatriz é uma marca que já não dói mais. Ela está lá, marcada na pele, vemo-la (não nos esquecemos), mas ela já não dói mais... SE ESTIVER DOENDO é porque ainda não cicatrizou!    

Só que, como tudo na vida, isso é um processo. Transformar ferida em cicatriz leva tempo e demanda muito esforço. É preciso suportar o ato de desbridar e fazer a assepsia da ferida. Às vezes dói tanto, está tão inflamada, que precisamos “anestesiar” quimicamente para conseguir “tocar na ferida”.   

Normalmente a ferida vai secando até fazer uma espécie de casca protetora. Aí, de vez em quando, esquecemo-nos dela. Só que pode acontecer de esbarrar em algo que "ranque essa casquinha" e faça a ferida ficar novamente exposta. Volta para carne viva e a dor retorna violentamente. Na psicologia, chamam isso de Atualização. Quando você vive algo semelhante àquilo que te fez sofrer no passado e parece que está novamente diante do mesmo sentimento de angustia.                 

Por fim, penso que as nossas cicatrizes tem uma função importante. Elas nos fazem conquistar maturidade. Não nos deixa esquecer o que já vivemos. O que já suportamos. O que já transpomos. Mas já sem aquele dor de uma ferida exposta.                

Acho que é isso...               

Boa sorte e cuide bem das suas feridas!

sábado, 25 de abril de 2015

"Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite provável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã este chão que eu deixei
Por meu leito e perdão
Por saber que valeu
Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão"

Sonho impossível - Fernando Pessoa

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Difícil...


“Temos que ser muito cuidadosos com o envolvimento dos outros em nossas vidas. Se alguém nos causa repulsa ou raiva, e realmente queremos estar o mais longe possível desta pessoa, tudo que temos que fazer é não odiá-la. Se nos permitimos cair na armadilha de rancor, principalmente das rixas, viveremos a ingrata experiência de ter esta pessoa sempre próxima de nós”

segunda-feira, 13 de abril de 2015

O velho e a flor...


"Por céus e mares eu andei
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber o que é o amor
Ninguém sabia me dizer
E eu já queria até morrer
Quando um velhinho com uma flor assim falou:
O amor é o carinho
É o espinho que não se vê em cada flor
É a vida quando chega sangrando
Aberta em pétalas de amor..."