domingo, 26 de abril de 2015

Uma amiga me enviou uma mensagem com uma pergunta esta semana: “Como fazer para esquecer o passado”? Fiquei a refletir.

Penso que não seja possível apagar ou esquecer o passado (a não ser por mecanismos dissociativos que não são muito efetivos e cobram um preço alto mais adiante).
O que é possível é re-significar aquilo que vivemos. Dar outro sentido. Encontrar um lugar para acomodar e conviver com aquele sentimento.      

Tudo que vivemos abre uma marca em nós. Quando se trata de uma experiência dolorosa, essa marca é uma espécie de ferida. Cabe a nós cuidar para que essa ferida se cicatrize da melhor forma possível. Afinal, uma cicatriz é uma marca que já não dói mais. Ela está lá, marcada na pele, vemo-la (não nos esquecemos), mas ela já não dói mais... SE ESTIVER DOENDO é porque ainda não cicatrizou!    

Só que, como tudo na vida, isso é um processo. Transformar ferida em cicatriz leva tempo e demanda muito esforço. É preciso suportar o ato de desbridar e fazer a assepsia da ferida. Às vezes dói tanto, está tão inflamada, que precisamos “anestesiar” quimicamente para conseguir “tocar na ferida”.   

Normalmente a ferida vai secando até fazer uma espécie de casca protetora. Aí, de vez em quando, esquecemo-nos dela. Só que pode acontecer de esbarrar em algo que "ranque essa casquinha" e faça a ferida ficar novamente exposta. Volta para carne viva e a dor retorna violentamente. Na psicologia, chamam isso de Atualização. Quando você vive algo semelhante àquilo que te fez sofrer no passado e parece que está novamente diante do mesmo sentimento de angustia.                 

Por fim, penso que as nossas cicatrizes tem uma função importante. Elas nos fazem conquistar maturidade. Não nos deixa esquecer o que já vivemos. O que já suportamos. O que já transpomos. Mas já sem aquele dor de uma ferida exposta.                

Acho que é isso...               

Boa sorte e cuide bem das suas feridas!

sábado, 25 de abril de 2015

"Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite provável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã este chão que eu deixei
Por meu leito e perdão
Por saber que valeu
Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão"

Sonho impossível - Fernando Pessoa

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Difícil...


“Temos que ser muito cuidadosos com o envolvimento dos outros em nossas vidas. Se alguém nos causa repulsa ou raiva, e realmente queremos estar o mais longe possível desta pessoa, tudo que temos que fazer é não odiá-la. Se nos permitimos cair na armadilha de rancor, principalmente das rixas, viveremos a ingrata experiência de ter esta pessoa sempre próxima de nós”

segunda-feira, 13 de abril de 2015

O velho e a flor...


"Por céus e mares eu andei
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber o que é o amor
Ninguém sabia me dizer
E eu já queria até morrer
Quando um velhinho com uma flor assim falou:
O amor é o carinho
É o espinho que não se vê em cada flor
É a vida quando chega sangrando
Aberta em pétalas de amor..."

"Na parede de um botequim de Madri, um cartaz avisa: Proibido cantar. Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro, um aviso informa: É proibido brincar com os carrinhos porta-bagagem. Ou seja: Ainda existe gente que canta, ainda existe gente que brinca".

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"Vivemos em plena cultura da aparência: o contrato de casamento importa mais que o amor, o funeral mais que o morto, as roupas mais do que o corpo e a missa mais do que Deus".

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"Minhas certezas se alimentam de dúvidas. E há dias em que me sinto estrangeiro em Montevidéu como seria em qualquer lugar do mundo. E, nestes dias, dias sem sol, noites sem lua, nenhum lugar é meu lugar… e não consigo me reconhecer em nada nem em ninguém".


R.I.P Eduardo Galeano Emoticon


sexta-feira, 10 de abril de 2015


[...]
Strani amori fragili
Prigionieri, liberi
Strani amori mettono nei guai
Ma, in realtà, siamo noi

Strani amori fragili
Prigionieri, liberi
Strani amori che non sanno vivere
E si perdono dentro noi

Mi dispiace devo andare via
Questa volta l'ho promesso a me
Perché ho voglia di un amore vero
Senza te... 





"...Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro. Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro..."

segunda-feira, 6 de abril de 2015

O escorpião deseja atravessar o rio e, para tanto, pede ajuda a rã. O anfíbio, desconfiado, se recusa, pois sabe que o escorpião, na primeira oportunidade, dar-lhe-á uma ferroada mortal. Sob a lógica do escorpião, que argumenta que se tentar matá-la durante a travessia, também morrerá, já que não sabe nadar, a rã se propõe a ajudá-lo, mas tão logo chegam à metade do caminho, sente o ferrão cravar-lhe o dorso. Ferida de morte e na sua perplexidade, a rã pergunta-lhe a razão, já que ambos morrerão. Com a proximidade do fim, o escorpião resignadamente responde:
― Desculpe, minha cara, mas é da minha natureza.


"A ingratidão provém, com certeza, da impossibilidade de pagamento da dívida".



domingo, 5 de abril de 2015


"Onde está o amor? Eu não posso vê-lo, não posso tocá-lo, não posso senti-lo, não posso ouvi-lo. Eu posso ouvir algumas palavras, mas não posso fazer nada com suas palavras fáceis... Existe um momento, existe sempre um momento, "Eu posso fazer isso, eu posso me render a isso, ou eu posso resistir"

Closer - Perto Demais

quinta-feira, 2 de abril de 2015




“Mas é preciso escolher. Porque o tempo foge. Não há tempo para tudo. Não poderei escutar todas as músicas que desejo, não poderei ler todos os livros que desejo, não poderei abraçar todas as pessoas que desejo. É necessário aprender a arte de “abrir mão” – a fim de nos dedicarmos àquilo que é essencial.”