domingo, 4 de agosto de 2019

Notas sobre Deslealdade, Desonestidade e Pior Versão.


Estou passando nesse momento por uma cena de deslealdade e desonestidade.
É uma das coisas que jamais se espera, que não podemos nos preparar e quando acontece o mundo desaba.
Principalmente porque sempre ocorre de onde não deveria acontecer.
A dor é dilacerante.
Só quem já passou por uma situação assim sabe a angustia que se instala no peito.
É impossível descrevê-la. Só é possível sentir.
É como tentar explicar o sabor de alguma coisa. Dá pra falar alguma coisa, mas só se sabe realmente quando se experimenta.
A imagem que me ocorre sobre essa angústia é do cachorro que dorme fora de casa. Quem já teve sabe. Quando você abre a porta, ele corre pra entrar.
Mesmo que você abra bem devagar, quase sem barulho, “ele sabe”, vem correndo e entra.
A angústia é exatamente assim.
Você desperta no meio da noite – seja as duas, três ou quatro da madrugada.
“Abre o pensamento” e a angústia explode no peito.
Aí o pensamento não cessa. E o peito já foi invadido pelo “grande cão preto” (existe uma animação perfeita com esse nome).
E essa situação te coloca escancarado na sua PIOR VERSÃO.
E quem te SUPORTA na sua pior versão é quem merece seu afeto e gratidão pra VIDA.
Eis o meu ponto.
São DUAS as razões para acreditar que só as pessoas que tem um afeto real por você suportam estar com você nesse momento.
O primeiro é que você fica frágil, melancólico e sem energia física (embora transpire energia ruim).
Repete as coisas; nega ser racional. Quer ser confirmado e legitimado na própria dor.
O humor rebaixado faz o discurso oscilar entre raiva, dor, aceitação, vitimização.
A segunda coisa é que você expõe o que a de pior na própria existência.
Você revela para as pessoas que elas podem ser as próximas.
Também é quase insuportável ver no REAL como uma pessoa pode ficar quando passa por uma traição.
É inevitável não ver naquela dor a possibilidade de que “poderia ser eu”. Reconhecer que você pode sentir isso dá calafrios.
Quem me traiu? Está feliz e radiante.
Com as mãos sujas, mesmo que ninguém possa ver.
Mas com sorriso de quem venceu uma batalha.
Isso me fez questionar, em alguns momentos, as leis divinas ou do Universo.
Na dor isso fica totalmente invisível.
Tenho ouvido que o tempo da semeadura e colheita não é cronológico e nem humano. É Divino. No tempo Dele. Será? É uma possibilidade.
Por isso tudo é que enxergo o acolhimento e insistência de alguns como um ato de super-humanos.
Quem vê uma ferida aberta, na carne, e suporta entrar e ficar com você até o sangramento estancar, merece um Nobel da Paz.
Minha gratidão a quem tem me suportado na pior versão nesse momento.

“Se escrevo o que sinto  é porque assim diminuo a febre do sentir” FP

domingo, 28 de julho de 2019

Nostalgia


Esses dias rodando em BH me trouxeram uma grande nostalgia. Passei por caminhos que percorria diariamente. Contorno, Savassi, Padre Eustáquio, FUMEC, UFMG e Mineirão. Rodei com meus filhos. 9 e 14 anos. É incrível como o tempo passa rápido. E a saudade explode. A vida trouxe circunstâncias que me levaram para longe da minha BH. E dessa vez, mais que qualquer outra, as lembranças vieram muito forte em meu peito. Tantas pessoas especiais. Tantos momentos marcantes. Mais que as lembranças, vieram as sensações de um tempo que não volta. As vezes eu tenho um certo Alzheimer de quem fui e das coisas que vivi. Então é gostoso quando o memória nos convoca a lembrar o sabor de uma vida de grande intensidade.

sábado, 6 de julho de 2019

Gratidão! 💛❤🌻


Quem fez bem. Quem cuidou. Quem ofereceu afeto gratuito. Quem ouviu coisas que eu não soube dizer. Gratidão! 💛❤🌻


"A memória guardará o que vale a pena. A memória sabe de mim mais do que eu; e ela não perde o que merece ser salvo."

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segunda-feira, 11 de março de 2019

Sobre as relações amorosas OU Um bom amor.

Acho que uma companheira tem que ser a pessoa que mais nos incentiva ao incomum.

Uma parceria boa é aquela que nos deixa tão seguros e na potência que queremos ousar, queremos fazer coisas novas.

O poder de um casal de “bem amados” tem poucos limites, já o dos dependentes o limite é gigante.

Uma boa companheira, jamais usará contra você aquilo que você confessou na intimidade, mesmo quando estiver com raiva.

É aquela que você pode contar que arrasou no trabalho e vai ser acolhido e admirado. Ou quando você tem a melhor ideia pros projetos dela, ao invés de se sentir insegura e competir com você, ela te agradece e agrega aos próprios pensamentos.

Relacionamento bom expande a gente; não encolhe.

Uma relação amorosa tem que ser ninho. É onde ensaiamos voos, é onde se deve ousar, experimentar, errar e aumentar limites.

Se não pudermos ser estranhos, ridículos, até bizarros dentro de um relacionamento, o tédio vai se instalar. E o sexo vai robotizar porque sexo bom vem de conexão, e isso requer entrega e só acontece quando nos é dado espaço, se somos sempre encaixados nunca tomaremos esse espaço e seremos apenas casca e ela se quebra com qualquer bobagem. Se for para ousar, precisa haver confiança para ser com quem está com você.

Porque armamos bombas em toda parte quando não podemos ser nós mesmos no relacionamento. O inconsciente é foda. Ele boicota. Ele age para que a gente pule fora daquilo.

Eu já tive amores que me botaram coleira, que me sequestram de quem eu era, mas já tive bons encontros com pessoas que me fizeram transbordar de aceitação. Já me deram correntes e já me deram asas. Claramente, os amores na minha vida, vieram na frequência da minha evolução interna. A culpa nunca foi de nenhuma delas, sempre fui eu que escolhi as pessoas que eu podia bancar com o grau de “auto amor” que eu tinha no momento. Assim como a gratidão de quem me vez ver o melhor ângulo de mim.

Sou grato a todos os meus amores e encontros. Ganhei aprendizado diferente com cada um deles e amo aceitar que sou fruto das pessoas que construíram histórias comigo. Incrível também como o tempo NADA tem a ver com a força das memórias. Alguns castelos demoram anos para serem construídos e se tornam escombros com pouco tempo. Por outro lado, existem construções lindas e eternamente consolidadas na memória, que se construíram com bem menos tempo e muito menos recursos.

Entender e aceitar o passado são uma forma de se libertar das prisões emocionais mais difíceis, e é isso que devemos buscar.

Texto inspirado e adaptado nos escritos originais da Cláudia Lesbie.